28.11.13

Milagre, senhor. São delírios.

Ouvi a entrevista do senhor ministro Aguiar Branco na SIC. E fiquei abismado com as atrocidades que saíram da sua boca.

A coisa começou logo bem quando o senhor ministro fala de intenções de se criar emprego, de trazer mais-valias, de continuar com o trabalho e tudo mais, mas não há nada acordado. Não há nada em concreto que diga que isso vai acontecer.

A verborreira vergonhosa continuou com o senhor ministro a dizer que iriam ser criados empregos.
E eu espasmo-me ainda neste momento. Porque eu não sou muito bom a problemas matemáticos. Mas o senhor ministro ainda deve ser pior. Ele e os seus sábios assessores.
Ora, se os Estaleiros de Viana têm mais de seiscentos trabalhadores que vão agora todos para a rua e vão ser criados pouco mais de quatrocentos empregos, como é que há criação de emprego?! Mesmo descontando os que irão para a reforma - porque a ela têm direito e saem baratíssimos nos dias que correm! - como é que há criação efectiva de emprego?! 

Eu devo ser mesmo muito burro. 

Mas ele não parou. Porque o senhor ministro também falou da absorção lógica - ainda que não acordada em lado nenhum - de trabalhadores pela concessionária ganhadora dos Estaleiros.
Mais uma vez eu não percebo. Porque se é verdade que seria de esperar que essa concessionária venha a contratar trabalhadores com know how, também é verdade que não tem que o fazer e, pior ainda, não lhes vai certamente pagar o que estavam a receber depois de terem evoluído na carreira. Porquê? Porque é uma nova empresa e o passado está lá atrás.

Reconheço que haja problemas e que se encontrem soluções. E também não defendo que tudo fique nas mãos do Estado que, para mim, se deve preocupar com as áreas estratégicas de um país e não dar miminhos a tudo.
Mas despachar centenas de pessoas para o desemprego esperando que o mercado venha a corrigir isso é um erro. Um erro de quem não conhece a dignidade da pessoa, quem não quer saber das consequências de uma assinatura num decreto ou num acordo e, digo eu, de alguém muito crédulo na bondade dos abutres.

Onde é que eu já vi isto?

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