25.6.14

Cenas dos próximos capítulos ou a pequena implosão do PS por conta de Seguro

Há certas coisas que eu não percebo. E não me refiro ao penteado do Cristiano. Refiro-me, isso sim, à birra de Seguro.
Só numa terra de velhos do Restelo é que se pode pensar que uma vez eleito, o lugar que se ocupa é indisputável. Se há descontentamento e alguém decide disputá-lo há é que ir à luta. Mas antes das coisas chegarem a esse ponto, aliás, tem que se fazer um bom e sustentado trabalho para que não haja cobiça ao seu lugar. É unir e trabalhar em prol de todos. É perceber o que se passa e resolver as situações. E não dizer que uma vitoriazinha nas Europeias é uma vitória do caraças.
O que está a acontecer no PS é, neste momento, vergonhoso. E as facções que se organizam são muito perigosas.
Eu até concordo que a megalomania de Sócrates não fez bem a ninguém, mas deitar isso cá para fora em jeito de ataque a alguém que quer o melhor para o partido não é bonito. E, pior, é mau. Muito mau para o partido.
O líder de um partido tem que ter ideias concretas, propostas, trabalho feito e carisma. Nem sempre é fácil reunir isto tudo numa pessoa, mas também não é qualquer um que deve ser líder de um partido. Acho muito bem que Costa tivesse disputado a liderança de uma pessoa apagada e que reage mais para dentro do seu partido do que para um governo que come o seu próprio país.
É triste que tenhamos que viver um verão inteiro na incerteza do futuro, quando, na verdade, já se devia estar a trabalhar para o futuro de forma coesa, fundamentada e sem ressabiamento.
Basicamente, há uma disputa com que se tem de lidar. Protelar a sua resolução é mau para todos.
Por isso, temos novela para continuar...

2.6.14

Há coisas que não me saem da cabeça

1. É triste que os senhores europeus tivessem que levar um murro no focinho para perceberem o quão desfasados da realidade estão. É mesmo muito mau quando os decisores políticos não sentem o que o comum dos mortais sente e quer. E depois dá no que dá;

2. Lamento que o senhor Seguro não seja tão eloquente, contudente e sábio em relação à situação do país e no confronto com o senhor Passos Coelho quanto tem sido internamente com o senhor Costa. É pena, porque assim teríamos uma oposição muito mais concertada, certeira e - verdadeiramente - vitoriosa.
Eu vou querer ver no que isto dá. Não será um processo fácil mas duas coisas resultarão: a abertura do partido às bases e o reforço da coesão socialista, seja quem for que passe pelo crivo;

3. Segundo li no outro dia,  há uns 900 milhões a mais no orçamento de Estado. Que podiam ser usados para ultrapassar o chumbo do tribunal constitucional. Mas desde ontem que o malévolo Passos Coelho está em consultas para ver como é que nos vai metralhar ainda mais. Assim naquela da tortura.
É estranho que nem sequer pense que ter não sei quantos orçamentos consecutivos chumbados não é um problema e nem sequer vá pensar noutras opções senão no aumento de impostos, com o qual já ameaçou.
Ele que me desculpe - que não gosto de ofender ninguém - mas o que é demais também cansa.