24.7.14

Sagrados sábados

Esta coisa da senhora procuradora que professa o adventismo do sétimo dia e que não pode trabalhar aos sábados faz-me muita confusão.

É bem verdade que as pessoas devem ter toda a liberdade religiosa do mundo – que isto não é o Sudão – mas discordo completamente da decisão do Constitucional. Parece-me que assim há uma total subversão do que devia acontecer. Assim, o culto religioso – que é uma opção pessoal – sobrepõe-se às obrigações de um funcionário enquanto tal. Faz-me muita confusão.

Quando os senhores juízes dizem “O Estado não assegura a liberdade de religião se, apesar de reconhecer aos cidadãos o direito de terem uma religião, os puser em condições que os impeçam de a praticar” parecem-me exagerar nos direitos que alguém tem só porque professa uma religião. Se alguém não quer trabalhar aos sábados – seja porque razão for – então que opte por um emprego que não os faça trabalhar aos sábados.

Agora era giro todos os católicos apostólicos romanos negarem-se a trabalhar aos domingos, os muçulamos a não trabalharem no ramadão. Então e os ateus e agnósticos?!

Eu quando assinei o meu contrato sabia que podia ter que vir trabalhar à noite. Embora adore dormir e não funcione bem à noite.

22.7.14

A problemática da Palestina

Comecei este post umas três vezes e continuo sem saber bem o que escrever.

Se é bem verdade que Israel não tem nada que ocupar a terra alheia, construir barreiras ou limitar os direitos alheios, também é verdade que o Hamas não se deve abrigar em casas de civis nem brincar aos mísseis.

Esta gente tem é que ser trancada numa sala e só de lá saír quando houver uma solução para aquele problema.

Eu ofereço a minha sala.

A afirmação do indivíduo

Tenho notado que o meu Facebook aparece pejado de referências à necessidade de sermos nós mesmos. Ou com notinhas próprias de adolescentes com acne dizendo que são como são e quem não gosta não gosta.

E isto faz-me muita espécie.

Obviamente que cada um é livre de publicar o que quiser e se eu não quiser ver, tenho bom remédio. Mas as publicações deste tipo deixam-me a pensar. E deixam-me, vá, incomodado.

Cada um é como cada qual, como diz a minha mãe. E é bem verdade. Mas essa máxima de prezar o indivíduo acima de tudo é assim tão válida? Há então problema em andar nú no trabalho porque estão mais de 30C e eu gosto de andar nú? Posso pregar um estalo numa criança mal comportada porque o paizinho não lhe ensina o que são maneiras? Posso cuspir na cara de uma pessoa só porque é idiota?

A resposta é: não.

Se é bem verdade que cada um é como cada qual, também é verdade que vivemos todos juntos. Que não precisamos de esfregar quem somos na cara de ninguém. Há que sermos o que somos, sem dúvida, mas sem nos julgarmos mais que o próximo.

Porque viver em sociedade e ser-se respeitado enquanto membro do grupo passa por isso. E não quer dizer que sejamos só mais um. Igual aos outros.

E se também é verdade que quem não gosta não gosta, então, meus amigos, tenham os tomates de confrontar quem não gosta e assim escusam de lavar a roupa suja em público. Resulta que é uma maravilha e não funciona só como expiação de uma personalidade a precisar de afirmação.

(Não sou dono da verdade. Mas incomoda-me este individualismo idiota em troca de nada.)