19.2.13

Gotta love the Kims

Esta coisa da Coreia do Norte dá que pensar: os gajos fazem o seu povo passar fome, mas mandam foguetes para o ar e detonam bombas debaixo de terra. Mas, pronto, aquilo é uma ditadura esquizofrénica dos tempos da Guerra Fria e um gajo tem que dar um desconto.

Lembro-me que, qando o querido líder lá do burgo experimentou a primeira bomba, a China ficou de pé atrás. Afinal não é do seu interesse ter uns loucos a brincar à fusão nuclear à porta e desestabilizar toda aquela zona. Sobretudo a Coreia do Sul e o Japão, que, economicamente têm uma grande importância, além de terem como aliado o Obama. E o resto do mundo, a bem dizer.
De um ponto de vista prático, a Coreia do Norte não é de todo importante para a China. Afinal, vale pouquíssimo na sua balança comercial e o apoio ao regime dos Kims só se mantém por razões ideológicas. A atirar para a caridadezinha a Jonet. E sem bifes.
Quer-me cá parecer que isto vai chegar a um ponto em que os senhores de Pequim batem o pé e aquilo dá para o torto. Além de que a China, e com os novos líderes, tem preocupações diferentes de outrora: combate à corrupção, expansionismo diplomático, conciliação da modernidade com a censura do regime, por exemplo.

E há mais um pormenor: até aqui a Coreia do Norte ia fazendo uma diplomacia de chantagem, de amuo, do género "vá, quero comida senão parto esta merda toda". E parece-me que se começam a distanciar disto. O que torna tudo mais grave, mais difícil de prever e muito mais arriscado.

E nem trago à baila a desgraça humanitária que para ali vai desde que o paralelo 38 e aquela zona desmilitarizada - sítio bonito de se ver, diga-se - caíram naquela península.

Nesta novela não faço apostas quanto ao final. Até porque um governo (ainda mais) à direita no Japão, uma nova presidente no Sul que precisará de se impôr e as manias americanas do costume são factores a considerar. 

E ainda diziam uns, há um par de anos, que aquilo era o paraíso dos trabalhadores... Yeah, right.

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