19.12.13

A prova

Esta questão da prova dos professores tem atormentado os meus pensamentos. 
E chego a algumas conclusões que me fazem pensar ainda mais. Coisa que evito, que os meus neurónios não têm energia eterna.

Conclusão primeira: este governo faz tudo mal. Ou quase tudo. 
Subtraiamos a forma da prova ou a sua necessidade, e chegamos à conclusão que o governo não dialoga, não comunica, não procura formas de entendimento.
Nada de novo, é certo, mas muito triste. Sobretudo numa área tão importante como a educação.

Conclusão segunda: esta corporação apertadinha que é a dos professores é levada da breca. Porque ainda não vi opções à prova. E uma coisa que acho, se querem que vos diga, é que a avaliação como é feita hoje é que não está bem.
Não digo com isto que concordo com esta prova digna da quarta classe e absolutamente injusta, porque genérica e simplista, mas uma avaliação baseada na antiguidade - antiguidade não é posto, meus amigos! - nas notas que se teve na universidade - e tão díspares que elas são! - e num relatório para a passagem de escalão é igual a nada, é igual à promoção do mediano e é igual a manutenção do status quo.

Conclusão terceira: não há estratégias na política da educação. E não é coisa deste governo somente.
Há áreas da governação que requerem uma cooperação política alargada. E a educação é uma delas. 
Não podemos ter políticas sempre a mudar, direcções contrárias a cada ciclo político. Mesmo que seja no que toca à avaliação dos professores, esses agentes fundamentais na formação - não somente pedagógica - deste país. É que não pode ser mesmo.
Um amplo consenso é obrigatório nesta área. E não unicamente no IRC para as PME.

Conclusão quarta: quem está no quadro nem precisa de se chatear. 
Mas, lá está, voltamos ao mesmo: a avaliação. Porque não é por se estar no quadro, e com um modelo de avaliação destes, que se garantem bons profissionais. É que não mesmo.
Alguém comentava no Facebook que os maus professores que havia tido seriam, possivelmente, os do quadro. E isso deixou-me mesmo a pensar...

Com isto tudo, acho, sinceramente, que estão todos errados. Uns porque vivem lá nos gabinetes e acham que experimentalismos pseudo-iluminados é que são bons; outros porque parecem querer perpetuar um sistema que não beneficia os melhores e os que vão além do esperado.

O que eu queria na avaliação era um sistema objectivo, centrado na realidade da educação e nas necessidades dos alunos. Esses peões no meio disto tudo.
Gostaria de ver os professores perfilados nas listas pelo valor do que trazem de novo, de melhor, de inovador. 

Como lá chegar não seria fácil. Seriam precisas conversas, descer à realidade, desalinhar ideias feitas, acabar com feudos e preconceitos. E isso leva tempo. 
E vontade. Muita.

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