Cavaco parece estar de dieta. O país no reboliço em que está e ele a dizer que já nem devia ir almoçar nem, quiçá, lanchar o seu cházinho com tanta carninha lusa que estava a experimentar no país profundo.
O facto de o meu presidente da minha república ter que petiscar porque não tem trocos para almoçar e lanchar - devia ser o que ele estava a tentar dizer - preocupa-me. Somente porque não quero um presidente anorético, que já bem me basta um presidente quedo e mudo.
O seu silêncio inquieta-me. O seu silêncio perturba-me muito mais do que os devaneios vitimizantes de Sócrates.
Continuo a achar que os políticos - incluindo o senhor presidente da república - não se podem arrogar o direito de não falar, de não comentar quando confrontados com questões importantes.
Eu quero que Cavaco fale. Que corrija quem deve, que admoeste quem precisa, que congratule quem merece. Senão, mais vale metê-lo numa cadeira perfilada num qualquer lar. Da Santa Casa, vá.
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