23.3.13

Sócrates a vir: clímax ou anti-clímax

Comecei este post já várias vezes, que não sei como o hei-de escrever de forma a dizer o que acho e a não ter que depois levar com uma petição para me calar... Mas, olhem, cá vai:

O regresso do Sócrates espanta-me, sim, mas não me tira o sono. O que me tira o sono são o vento e a chuva que teimam em voltar quase todas as noites.
Seja como for, o nosso tão adorado ex-primeiro ministro vai voltar às lides públicas de televisão e a RTP já tem assegurada uma batelada de espectadores e spin-offs de tudo o que Sócrates disser ou não disser. Isso vos digo eu.

Ele, por acaso, vem para a televisão pública. E nem virá receber nada. Mas então e se viesse? Qual é o drama? Se não o querem ouvir, não o oiçam. O facto de todos pagarmos impostos para manter a RTP não nos dá propriamente o direito de interferir nas suas opções editoriais. E quem o quiser fazer tem à sua disposição o provedor. Mas, lembrem-se, que Sócrates na televisão pública portuguesa ainda vai dar dinheiro.
(Por falar nisto, lembrem-me de escrever para a TVI para calarem a Isilda. Ou então lembrem-me para mudar de canal.)

E depois há um outro plano: o político. 
Como não há oposição neste país e o governo é o que é a comunicar, lá vem um manganão a atirar para o George Clooney que arrasa qualquer oratória de qualquer político deste momento. Mais, virá dar a sua opinião que conta o que conta e que pode ser desmontada pelos seus demais adversários. Isso, curiosamente, é que é instigar à crítica e à acção políticas. Não este marasmo idiota do "vamos fazer uma moção de censura mas não dizemos quando". Ou, ainda melhor, "eu sou o presidente por isso não tenho que dizer nada". Poupem-me. Os políticos querem-se activos e sem tabus.

No fundo, espero mesmo muito deste regresso. Quero ver no que vai dar e nas reacções do muito pessoal que será visado nos comentários que sairão da boca daquele senhor.

Por fim, só quero acrescentar que se o Sócrates devia ser levado a tribunal, pois então que o seja. A forma como a justiça (não) funciona neste país não é bem culpa dele. E eu sou muito céptico no que toca à justiça popular. Para isso, mudo-me para o norte da Nigéria, que é quase a mesma coisa.

Mas vivam as petições. Porque o mundo faz-se também de opiniões e de intervenção cívica.

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