11.4.14

Há senhoras reformadas que deviam era ficar em casa a ver a novela

A nossa querida segunda figura de Estado fez mais uma das suas. 

E se eu já não ia com a cara dela - e isto não tem nada a ver com a sua pronúncia nem com outras insinuações de carácter pessoal - agora é que me apetecia lá ir às galerias gritar vai para um lar, ó pá.

Eu não sou dado ao 25 de Abril, confesso. Não gosto do seu uso constante para tudo e mais alguma coisa. Reconheço-lhe a maior importância na nossa história, mas precisamos de evoluir, de andar para a frente e arranjar novos slogans, novas referências, novos heróis.

E os capitães de Abril merecem, sem dúvida, a nossa reverência, mas também não são o garante de nada e não se devem armar aos cucos como muitas vezes acontece.

Mas esta senhora, armada em filósofa de autocarro, tem que ter cuidado com o que diz, tendo em conta o que quer dizer. Ela não pode minimizar a presença de quem lhe deu a liberdade para dizer o que diz, para estar onde está e para fazer o que faz. Não pode. 
Esta senhora não se pode arrogar o direito de impedir que vozes certamente discordantes do seu espectro subam ao púlpito e digam o que têm a dizer.

Aliás, o púlpito não tem que ser um feudo dos senhores que por lá se passeiam. Quando passeiam, diga-se. O púlpito pode muito bem ser usado por quem representa a sociedade, de forma a que preocupações, anseios ou até elogios possam ali ser expressados.

O que é aquele púlpito senão todos nós?!

Chiça penico!

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