Há aquela coisa a que se chama
distanciamento entre a política e a realidade. E vi isso acontecer nos
últimos tempo e ontem foi um bom exemplo disso.
Nos
últimos tempos tenho visto e lido notícias sobre cortes brutais ou
totais em muitos dos apoios que o Estado oferece a crianças com necessidades especiais. Eu, que não gosto da
subsídio-dependência, entendo porém que é necessário o Estado apoiar
quem de facto necessita. O Estado Providência existe por alguma razão...
Mas o que me deixa triste e muito céptico face a
uma certa política - baseada em números - foi o que vi ontem: uma
manisfestação de dezenas de famílias afectadas pelos cortes destes
apoios e que nada mais pedem do que o que recebiam. E a resposta do
senhor ministro da Segurança Social foi a de que o apoio nos últimos anos
tinha aumentado não sei quantos milhões de euros.
É
bonito, sim senhor. Mas os cortes afectam quem estava na rua a
manifestar-se. Por isso, convinha perguntar se os milhões estão a ser
dirigidos para quem devem ser. Também convinha ver as questões das
pessoas escalarecidas. Porque mudar as coisas nos gabinetes e
maribarem-se para a realidade nunca dá bom resultado.
Não é função do senhor ministro ir ver caso a caso, mas seria de bom tom ter referido que, a par do maior investimento, iria mandar ver o que se passa com aquela gente toda para poder estudar soluções.
Mas não.
E até
pode ser que alguns apoios devam ser cortados, mas o ministro vir nestes termos não cai bem. Não cai bem a quem
estava na rua a segurar bandeiras negras e a lamentar a sorte dos filhos.
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